Uma coisa que sempre me espanta é encontrar pessoas muito novinhas que pensam de forma inteligente em assuntos de filosofia, sociologia e política. Como pode surgir de uma cidadezinha do interior do Estado um menino capaz de discutir Nietzche e Sartre com muita habilidade, com os professores universitários? Imaginem quantas pessoas mais, que tenham alguma vocação, podem desenvolver o seu pensamento para esses assuntos se tiverem a chance de encontrar um professor no segundo grau? Eu acredito sinceramente que essa mudança no currículo escolar será um bom incentivo para o desenvolvimento do pensamento social no Brasil. Mesmo sabendo que estou sendo ingênua, confesso que isso me dá mais esperanças.
Vale observar que eu definitivamente não era uma dessas crianças-gênio-bem-articuladas. No colégio, minhas duas piores matérias eram Religião (católica) e História do Brasil. Mesmo na faculdade, eu fiz um curso obrigatório de Filosofia da Ciência que não despertou minimamente o meu interesse... Meu 'negócio' era matemática, física e línguas. A filosofia veio bem depois.
Por outro lado... o Brasil precisa mais é de Engenheiros para estimular o desenvolvimento econômico do país. Ouvi isso de um historiador e concordo em grande parte. Existe uma crise na indústria brasileira de falta de trabalhadores qualificados, que chega a segurar o crescimento do País.
Minha conclusão é que o Brasil precisa de filósofos e sociólogos amadores. O que vocês acham?
13 comentários:
Concordo que o Brasil precisa de mais engenheiros... contanto que não seja eu!
Sobre a pretensa "inutilidade" de historiadores, filósofos, etc, gosto de fazer uma observação: o passado é tão vivo quanto o presente! Porque toda história é contemporânea!
:)))
Pedro, desculpa o comentário, se ele foi ofensivo. Não era minha intenção realmente. Eu mesma não posso dizer que trabalhe como engenheira de fato, e nem faço questão disso.
Esclarecendo... ninguém falou em "inutilidade" de historiadores, o historiador que falou isso (seu professor, inclusive) apenas disse que todo ano se formam muito mais historiadores do que o mercado brasileiro consegue empregar. E que o contrário acontece com a engenharia. Eu mesma escuto com freqüencia que algumas obras de infra-estrutura no Brasil podem atrasar significativamente por causa da crise na construção civil de falta de empregados qualificados.
Espero não tê-lo chateado.
Bem, o fato de que não há engenheiros é claríssimo. O fato de que não há tanto lugar para historiadores e sociólogos é mais evidente ainda. O que quase ninguém diz é que normalmente as pessoas exercem funções de trabalho para as quais não foram formadas. Eu por exemplo, meu irmão, a Beta, o Pedro, o Léo, somos todos formados (ou não-formados at all) em campos que não têm nada a ver com nossa área de atuação profissional.
E eu pretendo migrar de função tb.
Jura, Paulinha? O que você vai fazer???
Sabe que hoje em dia eu acho que eu gostaria muito de estudar economia?
Nao sei se eu levomuito jeito pra coisa, mas eu gosto muito de entender a historia e os acontecimentos atuais por essa otica.
Eu quero ser dona de casa, costurar, fazer bolo, curso de culinária, ginástica, ler um livro à tarde, dar banho nos gatos, estudar filosofia e arte e ter um ateliê doméstico onde eu só faça o que me der na telha... Acho que preciso muito mesmo é de férias.
Agora eu é que fiquei com vontade de fazer isso tudo que você disse!
Beta, houve um mal entendido! De forma alguma fiquei ofendido com seu post! Fique tranqüila!
Beijos.
:)))
Flo, na verdade, não se formam tantos historiadores e sociólogos assim! Mas, infelizmente, aqui no Brasil, a lógica do emprego é muito diferente de lugares como os Estados Unidos, por exemplo! Gosto sempre de lembrar do meu amigo Tim, que se formou em ciência política, mas fez a sua carreira em empresas de tecnologia e telecomunicações. Lá, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Sacaram?
Beijos a todas.
:)))
Ufa! :)
Eu já estava me identificando com a piada que eu eu ouvi ontem no YouTube. Eu assisti o video de um rabino que faz stand-up comedy, contando sobre o Yom Kipur (dia do perdão). Acho que era assim a piada: um judeu meio brutamontes estava lá pedindo o seu perdão -"Se neste ano que passou eu disse ou fiz qualquer coisa que tenha ofendido ou magoado alguém... (agora a parte que eu me identifiquei) ah, então foi porque eles eram sensíveis demais!"
Mas pelo visto eu não fui tão insensível assim. Ainda bem.
Beta, você está longe de ser insensível!
Faço minhas as palavras da Paulinha!
:)))
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