sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Frases de efeito

De vez em quando, a gente escuta uma coisa que fica reverberando nos nossos pensamentos, e nos faz rever nossas ações, recriar a nossa identidade e tentar ser diferente, melhor. Acho até que o segredo do sucesso de público dos livros de auto-ajuda está aí, na necessidade que temos de receber influências positivas, idéias que nos coloquem para pensar.

Recentemente eu ouvi uma dessas, do meu professor de Cabalá, no meio de um discurso acalorado e altamente motivador. A idéia é simples, como tem que ser. Ele fez a seguinte pergunta:

"O que nós estamos esperando para nos tornarmos pessoas fortes e honradas?" Seguida pela citação livre do Pirke Avot: "Se não eu, quem? Se não agora, quando?"

A frase original do Pirke Avot (1,14) é um pouco diferente, e traz a dica do que está acontecendo quando nos afastamos desse ideal: "Se eu não for por mim, quem será por mim? Mas se eu for só por mim, o que sou eu? E se não agora, quando?"

Perceberam como essa frase fala de um equilíbrio?

Por mais insignificante que pareça, falar de força e honra me remete aos dias em que eu opto por não me levantar no ônibus para ceder o lugar a outras pessoas. O fato é que, aos pouquinhos, no nosso dia-a-dia cada vez mais exigente, vamos deixando de lado nossas convicções mais nobres para tornar a vida um pouquinho mais agradável ou um pouquinho mais fácil.

Cada um conhece o seu limite, mas eu gostei muito da pergunta que ele fez. O que estamos esperando? Temos que promover alguma mudança nas nossas vidas? Se sim, que seja logo! Se não, então...

É impressionante e divertido como uma simples frase consegue dar uma chacoalhada na nossa cabeça!



4 comentários:

[paula poc] disse...

Olha, Beta, eu já ando pensando tanto na vida... Por falar nisso, ontem vi o filme que vc citou, "Atonement". Até esqueci o nome traduzido, de tão ruim que é. Cara, que história... Não achei mal contada, não. Achei triste. E achei que a forma da narrativa contribuiu para mostrar como os relacionamentos humanos podem ser difíceis e unilaterais. Sái do cinema chorando.

Beta disse...

Oi Paulinha!

Que bom que você gostou tanto do filme! Agora que você falou, ele também me deixou pensando na dificuldade e na fragilidade dos relacionamentos... Foi uma coisa muito boa do filme :)

Eu chorei horrores em "O Caçador de Pipas". Como disse a Carol, de secar lágrimas do pescoço!

O que você vai fazer no Carnaval? Vamos nos encontrar!!!

[paula poc] disse...

Muitas vezes a idéia da relação toma o lugar da própria, e o sentimento fica encerrado em si, né? Como diz Barthes, "amar o amor". Isso aconteceu com quase todo mundo do filme, com as irmãs Tallis, com o Robbie, com a prima Lola... Aliás, que raiva da prima Lola!!!

Moriah disse...

O caçador de pipas é tudo. Como um amigo meu disse no estúdio ontem: "Você olha para o olhar daquele menino e pensa 'que menino é esse!' " (se referindo ao Hassan, o menino submisso). Muito incrível como aquela criança construiu tão bem seu personagem.
Mas voltando ao assunto do post, pois é, quê diabos estamos esperando para transformar tudo aquilo que sabemos que devemos transformar??
O Pirke Avot é muito instigante nesse sentido, ele sempre está te espetando, né?