segunda-feira, junho 20, 2005

O fim de tudo o que é meu - volume 2

Ok, ok, ok... Vocês venceram! Eu queria complementar o assunto do último post “O fim de tudo o que é meu” com a história de quando eu comecei a questionar a propriedade privada, mas acabei não sentando pra escrever... Eu adoro escrever, mas demoro bastante – falta de prática! Vou postar, mas já aviso: o post vai ficar enorme por falta de tempo pra juntar idéias e reduzir o texto!

Contando assim, sem ensaio, a história começa com a minha mãe com um chinelo na mão correndo atrás de uma barata enorme, e gritando “Sua desgraçada, sai da minha casa! Não entra embaixo do sofá não!!!” Isso aconteceu em algum momento entre eu parar de comer carne (2000-2001) e sair da faculdade de filosofia (2003-2004), nos meus anos mais reflexivos e meditativos.

Quem conhece a minha mãe sabe que ela é um amorzinho e como é difícil imaginar essas agressões verbais saindo da sua boca... E eu, que andava estudando a Bhagavad Gita e me identificando com tudo e todos à minha volta, simpatizei imediatamente com aquele inseto asqueroso e fui à sua defesa: “Mamãe, não precisa agredir, ela não sabe que não pode entrar aqui...”

Então descobri: não tem nenhuma lei natural que instaure o direito dos homens pela propriedade privada! Pronto, ela passou a ser falsa pra mim! Uma convenção social arbitrária e injusta, que poderia deixar de existir se nós conseguíssemos pensar em um modelo melhor. Entendi a Utopia, entendi os comunistas, entendi!

Por mais que eu tenha refletido, não consegui imaginar uma vida civilizada sem esse direito social básico. Eu imagino que todo estudante de filosofia ou de ciências sociais passe por questões como essa, no meu caso ela foi resolvida quando eu estudei um pouquinho – bem pouquinho mesmo – de ciências sociais...

Desde então, a assunto virou piada. Daquelas que poucos entendem, e geralmente só eu rio... Umas duas semanas atrás na sala de reuniões aqui da Transpetro, nos deparamos com um animal em cima da mesa:
Uma colega: “O quê que é isso? Uma lesma???”
Chefe: “O que ela está fazendo aqui? Mata ela!”
Eu: “Eca, não mata não! Vai ficar tudo sujo! A coitadinha não sabe que não pode entrar aqui...”
Chefe: “É, como ela entrou sem crachá?!? Mata ela! Vamos mostrar a todos o que acontece quando alguém entra aqui sem crachá!”

39 comentários:

Anônimo disse...

seu chefe deve ser engraçado!!! ;-)

Anônimo disse...

Eu ODEIO baratas!!!
:(
Beta, sua mãe estava certa! Ouvi dizer que as baratas que saem dos bueiros e entram nas nossas casas são baratas doentes! Lugar de barata saudável, onde ela se sente bem, é lá nos bueiros, esgotos e coisas do gênero!
Então o jeito é nos livrarmos delas!
:)

Beta disse...

Pedro, é claro que a única coisa a fazer é matar as baratas!!! Não existe a menor possibilidade de se conviver com elas! Aquilo foi o delírio, já passou!

Anônimo disse...

Quando me chamam de Pedro é porque estão zangados comigo!
:)

Beta disse...

Como te chamam quando não estão zangados?

[paula poc] disse...

Petrus.

Como todo mundo sabe, eu O-D-E-I-O as baratas. Mas tenho uma amiga no trabalho que conhece uma mulher que tem baratas de estimação. Ela dá nome a cada uma das baratas e deixa pirezinhos de água com açúcar espalhados pela casa para as baratas não ficarem com fome. Nem preciso dizer que pra mim essa mulher é totalmente doida, tãtã, maluca. Como já diria a Fernanda. E que nem que pagassem em ouro eu iria a essa casa. E nem quero conhecer essa pessoa, porque não ia querer apertar a mão e muito menos trocar os tradicionais dois beijinhos. Quero distância total de preferência com barreiras físicas!!!

Mas entendo seu questionamento, Beta. E concordo. Mas acho que talvez, lá no fundo, nesse momento isso seja um pouco de culpa...

Beta disse...

Culpa por o quê?

Anônimo disse...

paula, não pode ser. não pode ser. uma pessoa não pode ser assim tão esquisita. e quem diria que as baratas seriam domesticáveis, né?
vi uma exposição que se chamava 20x20, em que todas as obras tinham 20x20cm, e algumas 20x20x20cm. uma destas era uma caixa de acrílico transparente, com cubos de açúcar empilhados, formando a palavra belo, e baratas!!! à medida que o tempo ia passando, as baratas iam comendo o açúcar, e mudando o 'belo'. depois de um tempo, todas morreram, e não é que o cara tirou as baratas e pôs outras novinhas? que mente doentia... e que idéia nojenta!

Anônimo disse...

que dois beijinhos o quê!!! são 3! pra casar!!! ;-)

Beta disse...

Paulinha, essa história não pode ser verdade. Essa pessoa não existe.

Alguém já ouviu falar de um filme Joe e as Baratas? Não sei se existe... vou pesquisar!

Anônimo disse...

Se esse filme se chama "Joe's Apartment" em Ingles eu ja ouvi falar. E um nojo--as baratas cantam, falam, dancam, etc. Eu acho que e um desses filmes low budget produzido pela MTV (nao sei se a MTV dai tambem produz esse filmes horriveis). Eu nunca vi o filme todo, mas eu lembro que eles passavam uns clips bem longos durante os comercias e que era nojento. Isso ja deve ter pelo menos 10 anos porque faz pelo menos isso que eu nao vejo MTV!

Beta disse...

Pois é, eu também lembro desses clipes! Me dão arrepios...

Anônimo disse...

Voce lembra de um onde o Joe esta no sofa com uma mulher e as baratas estao balancando no lustre e de repente o lustre vira de cabeca pra baixo e um bando de baratas cai em cima dele e da mulher? E muito nojento!

Moriah disse...

Pô, seu chefe é muito engraçado mesmo! Vc podia fazer um post sobre as histórias dele, né?

Anônimo disse...

Joe e as baratas! esse filme é engraçado! e foi produzido pela MTV Americana sim... A MTV da terra brazilis faz no máximo uma séries tipo Hermes e Renato... Já tem 10 anos do filme? Caramba... tempo voa...

Beta disse...

Juliana, felizmente não lembro dessa cena não... Mas as outras imagens do filme entram no meu subconsciente e me assustam de vez em quando!

Anônimo disse...

felizmente não vi...

[paula poc] disse...

felizmente tb não vi. MIB foi + do que suficiente pra mim...

Beta disse...

Até hoej, quando eu vejo aquele ator de MIB, o homem-barata, eu lembro daquela cena... aliás, essa me dá mais pesadelos do que a outra.

[paula poc] disse...

eu apaguei a cara dele da minha memória. ainda bem. quase passei mal no cinema.

Carolina disse...

é louco tentar entender o medo irracional de uma pessoa. não dá. até que você pensa no seu próprio medo irracional. aí pronto.

sou solidária, meninas, apesar de não ter problemas com baratas. a não ser muito nojo.

Anônimo disse...

eu tenho problemas com minhocas, lesmas e vermes de todos os tipos.
alface, goiaba, beringela, pitanga... outro dia até num figo vieram umas minhoquinhas :(

o meu bonsai era lindo de morrer, até eu resolver 'cuidar' e encontrar ela, a minhoca (depois a roberta conta o escândalo). joguei no jardim do prédio (ela não tinha culpa de estar ali, coitada), e o bonsai morreu. as plantas ficam muito melhor quando têm inhocas, mas é melhor não ter bonsai que ter junto uma minhoca morando na sua casa, não é, não?

Anônimo disse...

a roberta até já sabia, quando ouvia um berro, perguntava 'tá cuidando das suas plantinhas?'
agora, é 'tá lavando alface?'

Beta disse...

Minhocas dão medo mesmo! A gente cresceu escutando a musiquinha pra dar uma beijoca na minhoca, mas acho que quando eu descobri que a minhoca não era o dedo da minha mãe, fiquei um pouco decepcionada.

Beta disse...

Na minha família, todas as mulheres são muito corajosas pra matar ou lidar com bichos. Isso não quer dizer que nós não possamos ser escandalosas...

É que a Fernanda, mais até do que a Paulinha, tem uma vocação pra jardinagem. E no jardinzinho da varanda dela, lá na Sacopã, ela mantinha essa minhoca de estimação, pra cuidar bem das suas plantinhas. O problema era o susto cada vez que encontrava com o bichinho. Nós resolvemos soltar a minhoca no jardim do prédio, pra acabar com o risco de uma vez por todas.

Beta disse...

Minha mãe, por outro lado, é famosa pelos sustos! A gente até evita levar ela no cinema quando o filme é de suspense, porque o mico é garantido. Além de soltar os maiores gritos de toda a sala, a mamãe ainda causa alguns hematomas nos braços e mãos do pobrezinho que sentar ao seu lado... (Certo, Mami?)

Mas ela também é corajosa, e sai com o maior ânimo atrás de uma barata ou lagartixa. Mas é claro que ver o bicho sair de baixo do armário dá um susto DAQUELES e a mamãe tem que sair correndo e berrando do quarto!

Como poderia ser diferente?

Anônimo disse...

"Minhoca, minhoca, me da uma beijoca. Nao dou, nao dou, nao dou. Entao eu vou roubar..." Eu tinha esquecido dessa musica. Ah, e o meu pai e que nem a sua mae com esse negocio de sair correndo atras de barata (ou qualquer outro inseto) com o chinelo, gritando "sai da minha casa sua filha da p..." Voce imagina o meu pai fazendo isso? A minha mae uma vez disse que nao sabe quem e mais zen, o meu pai ou a sua mae!

Beta disse...

Juliana, é difícil decidir mesmo! Que engraçado, imaginar o seu pai fazendo isso...

Anônimo disse...

Ju, acho que o seu pai é mais! E não, não consigo imaginá-lo fazendo isso, mas deve ser engraçado! Manda um beijo pra ele!

Anônimo disse...

A unica coisa mais engracada do que ver o meu pai tentando matar uma barata e ver o meu pai dancando lambada...com a sua mae!

Anônimo disse...

que isso, Juliana, ele dançava bem, não dançava?
matando barata deve ser mais engraçado. seu pai é muito legal.

Beta disse...

Eu não lembrava disso! Aliás, continuo não conseguindo formar essa imagem na minha cabeça... A lambada é mais engraçada, com certeza!

Anônimo disse...

Vâmu dá uma atualizadinha aê???
:)))

Moriah disse...

Novo post, please.

Anônimo disse...

fala sério, né, roberta

Beta disse...

Fala sério, o que?

Anônimo disse...

"When the feed is good, the hunger grows." We, from the People in Front of Judea, demand a new post! ;-)

Anônimo disse...

fala sério que já tem dez dias que você não posta. nem as suas amigas. vou me aposentar dos blogs; parar de achar que as pessoas vão escrever.

Anônimo disse...

Pô, não pára de visitar o meu não... aliás, todos podem visitar o meu todos os dias! sempre tem novidade lá.